segunda-feira, 28 de junho de 2010

PALHAÇO QUE RI E CHORA!

Pinta o rosto, arruma palma,
dentre os néscios e sábios!
O riso aflora-lhe aos lábios,
a dor tortura-lhe a alma!
Suporta, com toda a calma,
desgostos a qualquer hora...
Quando quer bem vai embora;
vive num eterno drama:
Pensa, sonha, sofre e ama,
PALHAÇO QUE RI E CHORA! 
Se ama alguém com desvelo
deixá-lo é martírio enorme,
se vai deitar-se, não dorme,
se dorme, tem pesadelo,
sentindo um bloco de gelo,
que o esfria dentro e fora.
Desperta, medita e cora,
sente a fortuna distante,
julga-se um judeu errante
PALHAÇO QUE RI E CHORA!
Pelo destino grosseiro
a vida jamais lhe agrada.
Se sente a alma picada,
tem que ir ao picadeiro.
Não pode ser altaneiro,
não tem repouso uma hora,
chagas dentro, rosas fora...
Guarda espinho, mostra flor,
misto de alegria e dor
PALHAÇO QUE RI E CHORA!
Palhaço tem paciência,
que da planície ao pináculo
este mundo é um espetáculo,
todos nós a assistência.
À falta de inteligência
gargalhamos qualquer hora,
choramos sem ter demora
sem ânimo, coragem e fé,
porque todo homem é
PALHAÇO QUE RI E CHORA!

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